O couro do Brasil encerrou o ano de 2024 com um balanço positivo nas exportações – tanto em números quanto em avanços nas principais demandas de tecnologia, conformidade e sustentabilidade do setor. O total remetido ao mercado externo alcançou US$ 1,26 bilhão, representando um aumento de 12,5% em relação a 2023. Em metros quadrados, o crescimento foi ainda maior: 22,3% acima do ano anterior. Em peso, o total exportado foi 38,8% superior em toneladas. Acesse aqui o relatório com todos os dados.
De acordo com José Fernando Bello, presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), os números devem ser celebrados pelo setor, mas os principais avanços de 2024 vão além das estatísticas, envolvendo a operação da cadeia do couro no país. “O ano foi crucial para nós. Atuamos incessantemente nas pautas de conformidade, rastreabilidade e barreiras alfandegárias, alcançando resultados que nos permitem crescer ainda mais em 2025”, afirma. Bello destaca alguns dos principais avanços que passaram pela participação ativa do CICB: a construção do Guia CICB de Matéria-prima (um passo a passo de como obter dados de origem de peles no país), o lançamento, pelo Governo Federal, do Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos, e a eliminação da exigência de Certificado Sanitário pelo Vietnã para couros wet blue do Brasil.
Na avaliação dos mercados, o panorama final das exportações de 2024 apresenta insights importantes para os próximos anos. Crescimentos substanciais no Vietnã (+69,8% em valores em relação a 2023, consolidando-se como o quarto principal destino) e no México (+26,3%, quinto maior importador) indicam a tendência de diversificação de mercados da produção e manufatura. O principal cliente do Brasil, a China, também apresentou uma ascensão relevante no balanço final: +26,9% em valores (ou +20,8% incluindo Hong Kong na apuração).
Para 2025, Bello reafirma o compromisso do setor de couros com novas tecnologias e processos que favoreçam a sustentabilidade e atendam às demandas de clientes e regulamentações internacionais. “Estamos sempre atentos ao que o mercado exige e às tendências futuras. Devemos dar uma atenção especial à avaliação do ciclo de vida, que tem ganhado cada vez mais força entre os clientes do couro, já impactando a cadeia e as exigências feitas aos fornecedores de materiais”, afirma. Sobre o tema, o CICB organizará, no dia 19 de março, durante a Fimec, o Fórum CICB de Sustentabilidade, com a pauta central Análise de Ciclo de Vida na Indústria do Couro.
Comunicação CICB
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